MOSTRA ITINERANTE

A CINEMATECA É BRASILEIRA

2024/2025

RESISTÊNCIAS CINEMATOGRÁFICAS

SOBRE A MOSTRA

A Cinemateca realiza a segunda edição de sua itinerância. Com o título A CINEMATECA É BRASILEIRA – RESISTÊNCIAS CINEMATOGRÁFICAS, a nova curadoria inclui longas e curtas-metragens que revelam múltiplas abordagens da vocação democrática do país e sua resistência a retrocessos autoritários, em especial o regime militar que teve início há 60 anos. Em 2024, os filmes foram vistos em Campos dos Goytacazes – RJ, Fortaleza, João Pessoa e Rio de Janeiro. Para 2025, estão previstas passagens por Curitiba, Recife, Belém, Porto Velho, Brasília, Manaus e Porto Alegre.

Filmes

A Opinião Pública
Arnaldo Jabor Brasil (RJ), 1966, 72 min, P&B, Livre

Por meio de depoimentos de estudantes, a classe média carioca é retratada de maneira a salientar seus gestos, seus gostos, e sobretudo sua distância frente a realidade brasileira.

ABC da Greve
Leon Hirszman Brasil (SP), 1979 – 1990, 84 min, cor, livre

O documentário acompanha a efervescência do movimento sindical no ABC paulista no final dos anos setenta, que se mobilizou para realizar as primeiras greves no Brasil desde 1968. Filmado em 16mm, o filme traz registros dos operários metalúrgicos das grandes fábricas automobilísticas e multinacionais na luta por melhores salários e melhores condições de vida, tornando-se um registro essencial daquele movimento popular que precedeu a anistia política e a redemocratização do país.

Arara: Um Filme Sobre Um Filme Sobrevivente
Lipe Canêdo Brasil (MG), 2017, Cor, 13 min, 12 anos

Em 2012, Rodrigo Piquet, do Museu do Índio, mostrou a Marcelo Zelic, do grupo Tortura Nunca Mais, um filme que encontrara, chamado “Arara”. O título não se referia ao animal, nem ao povo conhecido por esse nome. Zelic o aponta como importante registro probatório sobre o ensino de tortura durante a ditadura militar. Eram imagens da formatura da Guarda Rural Indígena, em Belo Horizonte, produzidas pelo antropólogo Jesco Von Puttkamer (1919-1994) em 1970.

Cabra Marcado Para Morrer
Eduardo Coutinho Brasil (RJ), 1964 – 1984, Cor/P&B, 119 min, 12 anos

As filmagens sobre a vida do líder da Liga Camponesa de Sapé (PB), João Pedro Teixeira, assassinado em 1962, são interrompidas pelo golpe militar em 1964. Dezessete anos depois, o diretor Eduardo Coutinho retoma o projeto, e as personagens do filme interrompido se tornam protagonistas.

Eles Não Usam Black Tie
Leon Hirszman Brasil (RJ), 1981, 123 min, cor, 14 anos

Otávio é um militante sindical que organiza um movimento grevista para resistir às práticas exploradoras de uma metalúrgica, na qual seu filho Tião também trabalha. Mas, com a namorada grávida, o jovem resiste à greve para não perder o emprego.

Greve!
João Batista de Andrade Brasil (SP), 1979, Cor/P&B, 37 min, livre

Os acontecimentos principais da greve dos metalúrgicos do ABC, liderada por Lula em março de 1979, são narrados ao mesmo tempo em que se procura contextualizá-los no momento político brasileiro. Depoimentos de operários militantes revelam as razões objetivas que os conduziram a esse movimento sólido e transformador.

Jardim De Guerra
Neville D'Almeida Brasil (RJ), 1968, P&B, 90 min, 16 anos

A paixão pela famosa atriz Maria do Rosário tira o jovem Edson de um estado mental de letargia e marasmo. Entusiasmado, o jovem decide seguir o grande sonho de se tornar um cineasta. No entanto, a questão financeira se torna um grande empecilho.

Libertação De Inês Etienne Romeu
Norma Bengell Brasil (RJ), 1979, Cor, 11 min, Livre

29 de agosto de 1979, Instituto Penal Talavera Bruce, Bangu, Rio de Janeiro. Após cumprir oito anos de pena, Inês Etienne Romeu, única sobrevivente da “Casa da Morte” de Petrópolis e primeira presa política condenada à prisão perpétua no Brasil, deixava o cárcere beneficiada pela Anistia. Norma Bengell filmou esse momento: da porta da cadeia à residência com a família, Inês foi recebida por familiares, amigos e membros do Comitê Brasileiro de Anistia, no que marcou o primeiro ato da denúncia histórica que Inês levaria adiante contra os seus algozes e o Regime Militar.

Manhã Cinzenta
Olney São Paulo Brasil (RJ), 1969, P&B, 18 min, 14 anos

Um casal de estudante segue para uma passeata onde o rapaz, um militante, lidera um comício. Eles são presos durante a manifestação, torturados na prisão e sofrem um inquérito absurdo dirigido por um robô e um cérebro eletrônico.

Meu Tio José
Ducca Rios Brasil (BA), 2021, Cor/P&B, 89 min, 14 anos

Animação que narra a trajetória de José Sebastião Rio de Moura, integrante do movimento de esquerda “Dissidência da Guanabara”. Ele esteve envolvido no sequestro do embaixador dos Estados Unidos, Charles Elbrick, em 1969, e passou 10 anos exilado no exterior. Ao retornar ao Brasil, José é alvo de um atentado que resulta em sua morte. No mesmo dia de seu assassinato, seu sobrinho Adonias precisa escrever uma redação para a escola. O garoto, enfrentando o luto pela perda do tio, decide transformar sua tristeza em uma homenagem a José através de seu trabalho.

O Caso Dos Irmãos Naves
Luiz Sergio Person Brasil (SP), 1967, 92 min, P&B, 14 anos

Na pacata cidade de Araguari (MG), os irmãos Sebastião e Joaquim Naves denunciam à polícia o desaparecimento de seu sócio com o dinheiro da venda de uma grande safra de arroz. De denunciantes passam a réus, depois que o tenente que investiga o caso chega à conclusão de que os dois mataram o sócio para ficar com o dinheiro. Barbaramente torturados, os irmãos confessam o crime que não cometeram e são condenados. O filme é baseado em um caso real, ocorrido em 1937 durante o Estado Novo, e considerado um dos piores erros jurídicos da história do Brasil.

O Que é Isso, Companheiro?
Bruno Barreto Brasil (RJ), 1997, Cor, 105 min, 14 anos

O Brasil atinge o auge da ditadura militar após a decretação do AI-5, em dezembro de 1968, que provoca radical censura à imprensa, assim como a perda dos direitos civis do cidadão brasileiro. Inúmeros militantes de esquerda eram presos e torturados. Em meados de 1969, um grupo de jovens da classe média carioca opta pela clandestinidade e pela luta armada. Para romper o “muro do silêncio” da imprensa, esses jovens pertencentes ao movimento clandestino de esquerda MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro) tramam o sequestro de um embaixador americano. Em troca da sua liberação, exigem a leitura de um manifesto em cadeia de televisão e a libertação de 15 companheiros presos.

Os Fuzis
Ruy Guerra Brasil (RJ), 1964, P&B, 84 min, 12 anos

Um grupo de soldados armados é enviado ao Nordeste do Brasil na tentativa de impedir que a população faminta da seca no sertão invada e saqueie um depósito de alimentos. Enquanto a alienação e a loucura de um povo em delírio pela fome latente são conduzidas pelas previsões de um religioso, um motorista de caminhão observa a situação e fica dividido entre sua amizade com os soldados e sua revolta contra a falta de ação do governo para sanar a miséria que assola a região.

Pra Frente Brasil
Roberto Farias Brasil (RJ), 1982, Cor, 110 min, 16 anos

Em 1970, enquanto o país inteiro se empolga com a seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo no México, prisioneiros políticos são submetidos a torturas nos porões da ditadura militar. Esses acontecimentos são vistos através da ótica de uma família, quando um de seus membros, um tranquilo trabalhador de classe média, é erroneamente identificado como ativista político e “desaparece”.

Terra em Transe
Glauber Rocha Brasil (RJ), 1967, P&B, 107 min, 14 anos

Eldorado, país fictício da América Latina, encontra-se entre o golpe de Estado e o populismo, entre a crise e a transformação. Paulo, poeta e jornalista tenta provocar mudanças políticas, influenciando homens poderosos.

CINEMATECA BRASILEIRA

A Cinemateca Brasileira possui o maior acervo audiovisual da América do Sul e está entre as maiores instituições do gênero no mundo. Sua coleção tem cerca de 40 mil títulos e mais de 1 milhão de documentos – entre cartazes, roteiros e livros. Sua principal função é preservar a memória da produção audiovisual brasileira.

Há 75 anos, a Cinemateca conserva e recupera os filmes produzidos no país. Seu laboratório de restauro conta com equipamentos de alta tecnologia e é internacionalmente reconhecido como um exemplo para as cinematecas e arquivos de filmes da América Latina.

Outro importante objetivo da instituição é a difusão do cinema. Suas salas exibem destaques do cinema nacional e estrangeiro, promovendo a formação de público.

PROJETO VIVA CINEMATECA

O projeto Viva Cinemateca marca um novo momento para a Cinemateca Brasileira com uma série de ações que pretendem ampliar e modernizar a instituição, fazendo com que ela ocupe definitivamente o seu relevante lugar na história do cinema brasileiro.

Entre as melhorias, está prevista a ampliação dos laboratórios, para que mais filmes e documentos sejam preservados. Outra importante frente do projeto contempla o restauro das edificações históricas.

Apoie

Vantagens de apoiar o Projeto Viva Cinemateca

Associe sua marca à maior instituição de guarda e preservação do audiovisual brasileiro.

Ao apoiar o Projeto Viva Cinemateca, sua marca participa da programação desta retomada, que promoverá a circulação do acervo por todo o Brasil, debates sobre sustentabilidade em produções culturais, mostras nacionais e internacionais de cinema, oficinas e ações educativas. O projeto é aprovado pela Lei Rouanet, permitindo que empresas e pessoas físicas destinem parte do imposto de renda para realizar esta iniciativa, conforme o Art. 18 da Lei Federal de Incentivo à Cultura (100% de isenção).

Associe sua marca à maior instituição de guarda e preservação do audiovisual brasileiro.

Ao apoiar o Projeto Viva Cinemateca, sua marca participa da programação desta retomada, que promoverá a circulação do acervo por todo o Brasil, debates sobre sustentabilidade em produções culturais, mostras nacionais e internacionais de cinema, oficinas e ações educativas. O projeto é aprovado pela Lei Rouanet, permitindo que empresas e pessoas físicas destinem parte do imposto de renda para realizar esta iniciativa, conforme o Art. 18 da Lei Federal de Incentivo à Cultura (100% de isenção).